Nos primeiros tempos de 1976 em Dili, tudo escasseava, desde os alimentos a outros produtos que não sendo de certo modo de primeira necessidade, eram aqueles que poderiam fazer a vida andar mais para a frente vencendo a feição de impasse que a guerra trouxera ao país. A gasolina era um desses produtos. Ela era estritamente militar, e se não fosse a corrupção existente na organização daquela instituição a história de Timor, seria hoje, porventura, um pouco diferente.
Depois deste pequeno intróito, devo explicar, para poder continuar a história, quem era o Akam. Não sei ao certo o seu verdadeiro nome, mas era indivíduo chinês proveniente talvez de Macau, que tinha por profissão mecânico, e já no tempo da Administração Portuguesa, apesar do Exército Português ter uma oficina para os carros militares, muitos eram os que reparavam as suas mazelas na Oficina que tinham o nome de Akam. O seu trabalho fizera a sua oficina prosperar e o seu nome ser conhecido como um bom mecânico.
A sua oficina tinha ficado “limpa” de tudo o que fossem meios que permitissem trabalhos de mecânico, chaves, dezenas delas como de todo o género de ferramentas tinham desaparecido, mas atrás dessas aves de rapina que aproveitaram o saque inicial vieram os grandes interesses, na forma de algum Coronel ou General que logo propunham imunidade como forma de uma sociedade, onde eles sócios, pudessem no futuro ter lucros sem empate de capital e sem trabalho.
Akam era flexível, esperto e trabalhador, estas três qualidades fizeram-no renascer das cinzas que tinham ficado do primeiro choque, e em breve se tornava de novo num elemento muito necessário a todos os que tinham viaturas.
Depois deste pequeno intróito, devo explicar, para poder continuar a história, quem era o Akam. Não sei ao certo o seu verdadeiro nome, mas era indivíduo chinês proveniente talvez de Macau, que tinha por profissão mecânico, e já no tempo da Administração Portuguesa, apesar do Exército Português ter uma oficina para os carros militares, muitos eram os que reparavam as suas mazelas na Oficina que tinham o nome de Akam. O seu trabalho fizera a sua oficina prosperar e o seu nome ser conhecido como um bom mecânico.
A sua oficina tinha ficado “limpa” de tudo o que fossem meios que permitissem trabalhos de mecânico, chaves, dezenas delas como de todo o género de ferramentas tinham desaparecido, mas atrás dessas aves de rapina que aproveitaram o saque inicial vieram os grandes interesses, na forma de algum Coronel ou General que logo propunham imunidade como forma de uma sociedade, onde eles sócios, pudessem no futuro ter lucros sem empate de capital e sem trabalho.
Akam era flexível, esperto e trabalhador, estas três qualidades fizeram-no renascer das cinzas que tinham ficado do primeiro choque, e em breve se tornava de novo num elemento muito necessário a todos os que tinham viaturas.
Gasolina, ele sempre tinha alguma para “desenrascar” os “amigos”. De onde ela vinha era mistério. Mas se os grandes tinham meios de esmifrarem umas rupias, os mais pequenos, usavam de um pouco de mais inteligência, por terem menos poder.
Um dia de manhã estava eu na oficina do Akam, onde fui atestar de gasolina “mistério” o pequeno “Mini-Moke” que fazia o trabalho de abastecimento do Hotel Turismo, quando um camião do Exército entrou no espaço da oficina e dois militares procuraram o pequeno chinês e o levaram para o seu gabinete. Depois de largo tempo a discutirem eles saíram contando um maço de notas e fizeram sinal a dois militares que se encontravam em cima do carro para descarregarem uns dez ou doze bidões que se via serem de gasolina. Depois do trabalho feito o carro desapareceu rua fora. O Akam tinha mais um carregamento de combustível “mistério”.
Um dia de manhã estava eu na oficina do Akam, onde fui atestar de gasolina “mistério” o pequeno “Mini-Moke” que fazia o trabalho de abastecimento do Hotel Turismo, quando um camião do Exército entrou no espaço da oficina e dois militares procuraram o pequeno chinês e o levaram para o seu gabinete. Depois de largo tempo a discutirem eles saíram contando um maço de notas e fizeram sinal a dois militares que se encontravam em cima do carro para descarregarem uns dez ou doze bidões que se via serem de gasolina. Depois do trabalho feito o carro desapareceu rua fora. O Akam tinha mais um carregamento de combustível “mistério”.
Ainda o pessoal da oficina não tinha começado a arrumar os bidões de gasolina, nem a viatura que vendera o combustível teria chegado ao fim da rua, já um Jeep da Polícia Militar entrava no recinto seguido por um camião vazio. Só as boinas eram diferentes. Umas azuis da P.M. e outras castanhas dos vendedores. Os militares do camião, sem uma palavra sequer, começaram a meter de novo os bidões de gasolina dentro da viatura. O espoliado Akam bem protestava de que ele tinha comprado a gasolina, mas a posição dos Polícias Militares era inflexível: “Esta gasolina é da tropa e não pode ser vendida! Se quer o dinheiro de volta vá pedi-lo a quem lha vendeu ” e sem mais lá foram, vender de novo o combustível “mistério” para outro qualquer, que caísse na esparrela.
"in retalhos de uma vida em Timor"
mco
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